Defesas de dissertação – Maio de 2021
Data da publicação: 25 de maio de 2021 Categoria: Sem categoriaApresentamos abaixo as defesas de dissertação que ocorrerão no mês de maio de 2021
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DISCENTE: JANICE ALVES TRAJANO
DATA: 31/05/2021
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/hrm-epoi-iru
TÍTULO: Transição agroecológica no sertão nordestino: um estudo de caso
RESUMO:
Um campo de estudo que vem crescendo e se demonstrando relevante no campo da Antropologia é o das interações e associações entre seres não humanos, a exemplo das plantas. O tema ganha novos contornos quando consideramos os desafios envolvidos na produção de base ecológica inserida em um ambiente marcado pelas incertezas no acesso à água, como o sertão do Nordeste brasileiro. Dessa forma, a presente pesquisa se propõe a investigar como ocorrem as relações dos seres humanos com os seres vegetais em um sítio em transição agroecológica no sertão nordestino. Para tanto, foi realizado um estudo de caso com uma família habitante no município pernambucano de Exu. A observação participante, e as entrevistas não estruturadas fizeram parte das técnicas utilizadas na pesquisa. Neste texto, após a exposição de questões relativas à transição agroecológica; e como ela se verifica no sítio em questão, serão apresentadas as plantas em três formas. Inicialmente, como sustento, ao permitir a manutenção da vida, o habitar e a aquisição de bens e produtos. Em seguida, mostram-se as plantas como alimento, percorrendo a diversidade e os desafios envolvidos no exercício da soberania alimentar. Por fim, será tratado das plantas como medicamento, sendo destaque a questão da transmissão de saberes tradicionais.
Banca examinadora:
ISABELLE BRAZ PEIXOTO DA SILVA – UFC (Orientadora)
MARCOS PAULO CAMPOS CAVALCANTI DE MELLO – UVA
RAFAEL ANTUNES ALMEIDA – UNILAB
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DISCENTE: ANA PAULA FONSECA BRAGA
DATA: 28/05/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Ambiente de videoconferência – Google Meets
TÍTULO: Mulheres Negras e Resistência: Uma Análise Antropológica de Narrativas Sobre o Acesso à Educação Superior em Redenção-CE
RESUMO:
Esta pesquisa analisa trajetórias femininas de jovens mulheres negras que tiveram acesso ao ensino superior, de modo a discutir suas percepções sobre as intersecções entre relações de gênero e raça. O estudo tem como universo a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), sendo realizado com jovens negras, estudantes em Redenção e ativistas, matriculadas em cursos de graduação da UNILAB. A proposta almeja produzir conhecimento antropológico sobre a construção social do feminino local e suas lutas pelo direito de aparecer e existir, oportunizando lugares de fala e a construção de relações de gênero mais igualitárias. A hipótese sustentada é que a política de acesso à educação superior é um marcador nessas trajetórias, oportunizando reflexões pessoais sobre formas de exclusão, opressão, preconceito e discriminações vividas. A pesquisa envolve observação-participante e coleta de entrevistas semiestruturadas que exploram as dimensões da história familiar, relações de gênero, religião, relações raciais, ativismo, acesso à educação, etc. Dessa forma, fazer etnografia neste contexto significa provocar um desenraizamento, onde se pretende desvendar através do diálogo, lugares de fala.
Banca Examinadora:
MARCELO TAVARES NATIVIDADE – UFC (Orientador)
DENISE FERREIRA DA COSTA CRUZ – UNILAB
VERA REGINA RODRIGUES DA SILVA – UNILAB
ÉRICA RENATA DE SOUZA – UFMG
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DISCENTE: BRUNO ALVES DE SOUSA
DATA: 31/05/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Remoto digital, via plataforma Google Meets
TÍTULO: “É diferente? Isola”: Jovens LGBTQIA+ no sistema socioeducativo
RESUMO:
Diferentemente do sistema penal que visa a punir adultos com penas de acordo com a gravidade de crimes cometidos, o sistema socioeducativo visa a determinar medidas socioeducativas a adolescentes de acordo com a natureza de atos infracionais. Toma como base legal o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90; e a Lei do Sistema Nacional do Sistema Socioeducativo (Sinase) – Lei nº 12.594/12. A dissertação se ambienta no sistema socioeducativo cearense, em especial no meio fechado (internação), durante os anos e 2018 a 2021. Foi impulsionada com minha participação entre os anos de 2019 e 2011 como pesquisador bolsista de pós-graduação no Observatório Nacional da Política LGBT. O objetivo geral da pesquisa é compreender como as vivências específicas de adolescentes e jovens LGBTQIA+ em centros do sistema socioeducativo de Fortaleza no tocante ao exercício de sua sexualidade e de sua identidade de gênero são atravessadas pela experiência da internação, desde o momento da queda (ingresso no sistema) até enquanto não vem a liberta (saída do sistema). A metodologia é eminentemente qualitativa. Para tal empreendimento, realizei pesquisa em portais de notícias da internet e pesquisa documental junto aos órgãos públicos, buscando contemplar as leis e políticas públicas, mas também os dados sobre violência. A pesquisa bibliográfica compreendeu artigos, monografias dissertações e teses correlatos com aprisionamento de pessoas identificadas como LGBT e medidas socioeducativas. Já na fase de pesquisa de campo, acompanhei eventos do campo de forma a conhecer as práticas discursivas acionadas nas controvérsias públicas envolvendo diversas atrizes e atores das políticas públicas socioeducativa e LGBT cearense. Participei de grupos de estudo e reuniões, onde pude ter conversas informais com interlocutores. No decorrer do trabalho, a pandemia da Covid-19 se disseminou e foram necessárias adaptações metodológicas por razões sanitárias e as atividades passaram a ocorrer virtualmente. Por isso, realizei entrevistas através de plataformas virtuais, cujos áudios foram gravadas. Com auxílio do MPCE, entrevistei duas jovens cumprindo internação num centro socioeducativo feminino e um adolescente num centro masculino. Também entrevistei dois profissionais da política socioeducativa e uma profissional da política LGBT local. Como constatações, percebi a pouca visibilidade desses jovens LGBTQIA+ privados de liberdade tanto para as políticas públicas de diversidade sexual e de gênero quanto para o sistema socioeducativo, materializada na ausência de normativas e de procedimentos próprios para o segmento. A preocupação com a violência nos centros socioeducativos e com os ataques aos direitos civis LGBT deixam esses jovens em segundo plano, às margens de ambas as políticas. Daí a necessidade da emergência de um olhar interseccional.
Banca examinadora:
CAMILO ALBUQUERQUE DE BRAZ – UFG
GUILHERME RODRIGUES PASSAMANI – UFMS
MARCELO TAVARES NATIVIDADE – UFC (Orientador)
VIOLETA MARIA DE SIQUEIRA HOLANDA – UNILAB